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Entenda a importância da Nomenclatura Binária

Se falarmos a palavra pássaro cada pessoa poderá imaginar um animal diferente, isso porque existem diversas espécies de pássaro ao redor do mundo. O que faz com que possamos especificar qual é o pássaro ao qual nos referimos é o nome que ele recebe, porém, essa situação pode se complicar ao mudarmos de cidade ou de região, porque existe mais de um nome para as espécies de pássaros existentes.

Isso não acontece somente com os pássaros, mas com todas as espécies vivas do planeta. A mandioca, por exemplo, é conhecida também como aipim e macaxeira, nomes diferentes, e como então, vamos saber sobre qual espécie estamos falando se elas são nomeadas de formas distintas? É para isso que surgiu a nomenclatura binominal.

O que é a nomenclatura binominal?

As diferenças na forma como denominamos cada espécie acontecem em todos os lugares do mundo. Dependendo da herança cultural de cada região ou cada povo os seres vivos recebem nomes diferentes, são chamados nomes populares ou vernáculos, que designam a forma como um grupo limitado de pessoas conhece determinado ser.

Essa diferença na forma de nomear os seres vivos não teria muito problema se estivéssemos falando apenas sobre a interação entre pessoas comuns, afinal, seria uma forma interessante de descobrir novas formas de denominar um mesmo animal ou planta, porém, no campo científico isso pode gerar problemas.

Como se comunicariam vários cientistas que conhecem o mesmo animal por nomes diferentes? Cada um falaria do animal em questão da maneira como o conhece, e assim, eles poderiam não se entender ou então, aconteceriam distorções nas informações em razão dessa diferença na denominação.

Foi pensando em unificar o nome de todos os seres vivos para uma nomenclatura comum compreendida em todo o meio científico que a nomenclatura binomial ou nomenclatura binária foi proposta. Isso aconteceu no século XVII pelo naturalista suíço Gaspard Bauhin, porém, foi no século seguinte que essa nomenclatura foi formalizada através de Carl Von Lineé, ou Lineu, como é conhecido aqui no Brasil.

Segundo a nomenclatura binominal cada espécie deveria receber um nome que pudesse identificá-la como única entre as demais, independentemente da forma popular como é conhecida. Adotou-se a nomenclatura binominal com dois nomes para cada espécie, sendo que o primeiro nome indica o seu gênero e o segundo indica a espécie em particular da qual se trata.

Dessa forma não importa em qual lugar do mundo você esteja, para se fazer compreender sem ambiguidades ou confusões basta utilizar  o nome científico da espécie, que é aquele registrado na nomenclatura binominal.

As regras para utilização da nomenclatura binominal

Para nomear uma espécie de acordo com a nomenclatura binominal é preciso seguir as regras dessa nomenclatura para que o padrão seja mantido.

  • Todos os nomes de espécies devem ser escritos com palavras em latim ou então latinizadas;
  • O primeiro nome da espécie deve ser o seu gênero e escrito com a primeira letra maiúscula;
  • O segundo nome deve ser escrito em letra minúscula, e para escolhê-lo observa-se uma característica ou dá-se um adjetivo para a espécie (ex.: peito amarelo, papo vermelho);
  • Quando se trata de uma subespécie a nomenclatura da mesma recebe três nomes;
  • Quando se trata de um subgênero o nome desse aparece após o nome do gênero, mas entre parênteses.

Para utilizar a nomenclatura binomial em um artigo científico ou trabalho é preciso seguir regras também. Esses nomes devem sempre vir destacados do texto, sendo o destaque mais comum a letra em itálico. Em casos onde não é possível usar letras itálicas, sublinha-se o nome da espécie.

Ao citar o nome de um autor deve-se colocar seu nome após a espécie, mas sem o destaque utilizado na nomenclatura.

Quando se faz necessário citar, também, o ano da publicação, segue-se o padrão anterior, acrescenta-se uma vírgula após o nome do autor e em seguida o ano de publicação.

A primeira citação deve vir por extenso, e nas citações seguintes pode-se abreviar a espécie colocando apenas a primeira letra seguida de ponto.

Esteja atento à forma como utiliza a nomenclatura binomial, pois ela é o que garantirá não acontecerem erros ou mal entendidos entre as espécies citadas no seu trabalho.

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